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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Velha Guarda do Império Serrano

A tradição musical do Império Serrano e, por extensão, do Morro da Serrinha representa um importante capítulo na história do samba carioca. O morro foi reduto de célebres jongueiros: Vovó Tereza, Vovó Maria Joana Rezadeira, Seu Nascimento, Tia Marta... Além disso, a escola reúne uma produção de sambas de terreiro da mais alta qualidade, por meio da obra de compositores como Mano Décio da Viola, Tio Hélio, Manula, Carlinhos Bem-Te-Vi, Antenor, Delfino, etc... Foi lá, também, que se destacaram grandes improvisadores de partido-alto, como Aniceto do Império e Nilton Campolino.

Mestre Silas de Oliveira, considerado o maior compositor de sambas-enredo de todos os tempos, pertenceu à Ala de Compositores do Império Serrano até o fim da vida. Isso sem falar em figuras que, por diversos motivos, foram fundamentais para a consolidação do samba carioca. É o caso de Tia Eulália, Seu Sebastião Molequinho, Mano Elói Antero Dias, Mestre Fuleiro, João Gradim, entre muitos outros.

Dito isso, fica evidente a razão de existir uma Velha Guarda no interior das escolas de samba. A preservação das tradições é o que permite que o público de hoje tenha acesso aos sambas feitos na época de fundação do Império Serrano (que surge em 1947), ou antes, na época do Prazer da Serrinha (agremiação da qual surgiu o Império). É o respeito às tradições e a reverência aos grandes mestres que fazem com que a obra dos sambistas do Império não seja esquecida. Este é o papel da Velha Guarda do Império Serrano, que, além de guardiã do patrimônio cultural de sua escola, tem também entre seus integrantes nomes expressivos do samba carioca.

A atual formação da Velha Guarda do Império surgiu em 1999 para preencher uma lacuna de anos, já que o primeiro grupo, formado por figuras como Mano Décio da Viola, Mestre Fuleiro, Tio Hélio, Carlinhos Vovô, Nilton Campolino e Djanira, se dissolveu na década de 80. A iniciativa de reativar a Velha Guarda Musical da escola partiu de três grandes nomes do samba: Nilton Campolino, membro da primeira geração da Velha Guarda, notável partideiro e compositor de sambas de terreiro; Wilson das Neves, consagrado baterista da banda de Chico Buarque e também compositor; e Zé Luiz, co-autor de sambas memoráveis como “Todo menino é um rei” e “Tempo ê”. Infelizmente, Mestre Campolino participou apenas das primeiras apresentações da Velha Guarda, tendo falecido pouco depois. Mas deixou organizado um time de peso para dar seqüência ao projeto.
Além de Wilson das Neves e Zé Luiz, integram o grupo Tuninho Fuleiro (filho de Mestre Fuleiro, um dos fundadores do Império Serrano), Aluízio Machado (grande campeão de sambas-enredo e parceiro de Beto-Sem-Braço), Ivan Milanez (percussionista dos mais consagrados), Sílvio (baluarte da Ala de Bateria), Cizinho (mestre-sala estandarte de ouro e exímio tocador de surdo), Fabrício (autor de “O samba não pode parar”, gravado por D. Ivone Lara) e Capoeira da Cuíca. O coro da Velha Guarda é abrilhantado pelas pastoras D. Nina, D. Nini, Lindomar e Tia Balbina.

As apresentações da Velha Guarda já renderam espetáculos memoráveis como o “Tributo a Silas de Oliveira”, organizado pela V.G. do Império. O evento obteve sucesso de público lotando a quadra da escola e reunindo, pela primeira vez, as cinco Velhas Guardas musicais (além do Império, Portela, Mangueira, Salgueiro e Mocidade).

Pode ser citada também a “Terça de Bamba”, roda de samba idealizada pelos bambas às terças-feiras, realizada na quadra do Império e que já recebeu visitas ilustres como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Délcio Carvalho, Tia Doca, Tia Surica, Mart´nália além dos grupos Toque de Prima, O Roda. A Velha Guarda participou ainda do espetáculo “Zé Ketti, a Voz do Morro” que homenageou o sambista, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB); além de shows no Teatro João Caetano, Museu da Imagem e do Som, Teatro Municipal de Niterói, Espaço Cultural Sérgio Porto, Teatro Rival, Terreirão do Samba, SESC Pompéia (SP), Maracanazinho (I Festival Fábrica do Samba) entre outros.

Entre seus últimos trabalhos a Velha Guarda participou do novo disco de Dudu Nobre - “Chegue Mais” - e se apresentou junto ao sambista nas estréias no Rio de Janeiro e em São Paulo. O grupo também foi convidado participar do último disco da dupla de samba Arlindo Cruz e Sombrinha.

Neste incessante trabalho de divulgação, a Velha Guarda do Império Serrano continua fiel à sua maior preocupação: zelar pelo patrimônio cultural do Morro da Serrinha e de sua agremiação.




Créditos: http://www.samba-choro.com.br/

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